As diferenças entre microinversor e inversor convencional
- Rodrigues Solar
- 6 de jun. de 2023
- 4 min de leitura
Uma das dúvidas mais frequentes no mercado fotovoltaico é a diferença entre o microinversor solar e o inversor convencional e quando utilizá-los.
A diferença que mais chama atenção ao compararmos os dois é o tamanho: o inversor convencional é maior e visa atender uma ou algumas “strings” (conjunto de módulos fotovoltaicos ligados em série). Já o microinversor, como o próprio nome indica, é menor e visa atender no máximo quatro módulos por equipamento, otimizando cada um deles individualmente.

Tamanho
A primeira diferença marcante entre o inversor e o microinversor é o tamanho. Os microinversores em geral são mais compactos.
Os inversores tradicionais possuem a largura perto dos 40 cm, a altura variando entre 30 cm a 70 cm e profundidade entre 10 cm a 20 cm. Estes números variam conforme o modelo e as diferentes marcas presentes no mercado.
Enquanto isso, os microinversores são bem menores: muitas vezes chegam a ser menores que uma folha de papel A4 (que possui 21 cm de largura por 29,7 cm de altura).
Somado isto, a potência que os microinversores são compatíveis também é menor em comparação aos inversores tradicionais.
Sombreamento
Um problema bastante comum na hora de realizar um projeto fotovoltaico é o do sombreamento. Por vezes, tem alguns horários do dia, na qual um dos módulos do sistema pode sofrer com o sombreamento.
Enquanto o microinversor otimiza os painéis fotovoltaicos “individualmente”, o inversor de string sempre tratará vários painéis como um conjunto (e, assim, uma diferença de qualquer um deles acabará por prejudicar todos).
Por conta disso, se existir sombreamento em um ou mais painéis, o sistema fotovoltaico como um todo é comprometido em maior proporção quando trabalhamos com inversores de string.
Já com o microinversor, cada painel solar será otimizado de forma separada por seu MPPT independente. Assim, uma perda localizada (como o sombreamento de um módulo) não prejudicará todo o sistema de energia solar.
Na figura abaixo, isso fica mais claro: para o sombreamento de 50% em apenas um módulo, no caso do inversor tradicional, toda a string conectada reduz sua capacidade de produção de energia pela metade, enquanto no mesmo caso para o microinversor, apenas o módulo sombreado é afetado e diminui sua produção em 50%, enquanto os outros módulos permanecem gerando 100%.

Flexibilidade dos projetos
Outra vantagem dos microinversores é que eles podem ser instalados em qualquer combinação de quantidade, modelo de painéis, orientação, inclinação e até potências. A possibilidade de mudança de orientações e inclinações é um importante benefício, já que permite maior flexibilidade do projeto e facilita uma eventual expansão.
Quando trabalhamos com inversores convencionais, precisamos que os módulos conectados estejam posicionados nas mesmas orientação e inclinação para terem um comportamento idêntico ou similar. Não podemos, por exemplo, utilizar o mesmo inversor para painéis que estejam voltados para lados opostos ou com inclinação distinta — uma condição que limita muito as possibilidades na hora da instalação.
Segurança do sistema e na instalação
Enquanto o microinversor opera em baixas tensões de corrente contínua (60 V), o inversor convencional utiliza tensões mais altas (de até 1.500 V), o que pode envolver riscos no momento da instalação e posteriormente, aumentando a chance de choques elétricos e até incêndios.
Além disso, os microinversores já convertem a corrente contínua (CC) em corrente alternada (CA) diretamente em cima do telhado — portanto, todo circuito elétrico trabalha em corrente alternada 220 V ou 127 V, reduzindo o risco de arco voltaico, por exemplo, e aumentando a segurança como um todo.
E finalmente, uma última vantagem de segurança para os microinversores é o fato de que em caso de incêndios ou outros tipo de acidentes, a energia é cortada já em cada microinversor, reduzindo o risco não só de causar novos incêndios e problemas, como também reduzindo o risco para os bombeiros ou quem for combater o fogo.
Manutenção e monitoramento
Tanto os microinversores quanto os inversores convencionais possuem sistemas de monitoramento remoto, uma funcionalidade importante para acompanhar a produção e o retorno financeiro do sistema de energia solar. Porém, há uma grande diferença nesse quesito, uma vez que os microinversores monitoram cada painel individualmente, enquanto os inversores convencionais conseguem monitorar apenas as strings completas.
Um problema das strings é que, quando acontece um defeito ou perda em alguma placa específica, a geração de energia de todo o conjunto será impactada e ficará abaixo do esperado. Essa característica dos inversores de string atrapalha também o monitoramento do sistema — já que é mais difícil encontrar qual painel apresenta algum problema, uma vez que a perda se dilui em toda a série e às vezes não é sequer notada.
Já no microinversor, a otimização de energia é individual para cada placa e, logo, o monitoramento também é. Assim, podemos identificar mais rápido as falhas, pois ficará nítido qual placa está com um desempenho pior que as outras (o que permite também avaliar se o problema é defeito técnico, sombreamento, sujeira ou outro fator).
Com melhor monitoramento, consequentemente, a manutenção dos projetos também é mais simples com microinversores. Podemos facilmente identificar qual painel ou conexão apresenta problemas e substituí-los, evitando que o sistema seja impactado por mais tempo (às vezes anos e anos no caso dos inversores convencionais, por conta da dificuldade de se perceber um problema específico).
Garantia e vida útil
Nesses quesitos, o microinversor também sai na frente, geralmente com 10 a 15 anos de garantia, dependendo do fabricante e cerca de 25 a 30 anos de vida útil (aproximadamente o mesmo tempo que o painel solar atinge).
Já o inversor tradicional possui geralmente 5 a 7 anos de garantia, dependendo do fabricante, e sua vida útil estimada é de 10 a 15 anos.
Preço
Atualmente no mercado o preço do microinversor é mais elevado que o do inversor tradicional. Isso ocorre tanto pelo menor número de empresas que fornecem o equipamento, quanto às suas características de funcionamento, que o fazem ter certas vantagens sobre "seu irmão mais velho" em alguns aspectos.
Afinal, qual devo escolher?
Essa decisão cabe ao engenheiro ou ao responsável técnico pelo seu projeto de sistema fotovoltaico, juntamente ao cliente, debater acerca do custo-benefício entre usar o microinversor ou o inversor convencional.
Isso vai depender de uma série de fatores, seu tipo de instalação, condições do local, expectativa do cliente, etc.
Porém, é importante sempre frisar: nem sempre o preço é o fator mais importante na escolha de determinado tipo de equipamento.
Afinal, uma escolha certa agora pode fazer toda a diferença no longo prazo.
Autora: Luana Oliveira.
Referências: Canal Solar / Evo Solar.


.png)



Comentários