8 de Março - Dia Internacional da Mulher: Mulheres na engenharia
- Rodrigues Solar
- 8 de mar. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 11 de out. de 2024
Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o Dia Internacional da Mulher celebrado em 8 de março simboliza a luta histórica das mulheres por condições sociais equiparadas às dos homens. A princípio, a data remetia à reivindicação feminina por igualdade salarial, mas hoje serve para chamar a atenção para o fato de que ainda há muito o que lutar, como pelo fim da violência doméstica e do machismo e por políticas públicas mais amplas e eficazes em prol das mulheres.
A decisão de cravar anualmente o 8 de março como Dia Internacional da Mulher tem como ponto de partida dois acontecimentos envolvendo uma série de ações sobre mobilizações políticas. O primeiro evento foi o incêndio ocorrido na fábrica Triangle Shirtwaist Company, em Nova York (EUA), em 25 de março de 1911. Na tragédia morreram 146 pessoas, das quais 125 eram mulheres.
Para celebrar o crescente aumento de mulheres na engenharia ao longo dos anos, hoje nosso artigo é em especial a mulheres que fazem e fizeram a diferença na engenharia.
Emily Warren Roebling

A norte-americana Emily Warren Roebling foi uma das engenheiras chefes na construção da Ponte do Brooklyn, situada em Nova York (EUA), no século XVII.
Mesmo sem graduação, Emily assumiu a supervisão do projeto em 1872, quando seu marido, Washington Roebling, ficou doente.
Apesar de não ter curso superior, Emily aprendeu os ofícios da engenharia civil acompanhando o trabalho do marido. Dessa maneira, ela foi capaz de liderar o término da obra, que foi finalizada em 1883, quando ela tinha 40 anos.
Ela se tornou figura de um dos maiores projetos de engenharia da época e símbolo da luta pelo direito do acesso de mulheres à graduação nos Estados Unidos.
Edith Clarke

Nascida em uma época em que as poucas mulheres com educação científica trabalhavam como “computadores humanos” solucionando diversas equações “massantes” para seus colegas cientistas. Seus pais morreram quando ainda era criança e quando fez 18 anos recebeu uma herança deles, utilizou o dinheiro para estudar matemática e astronomia em uma faculdade de Poughkeepsie, Nova York.
Ela trabalhou na AT&T como computadora humana mas seus olhos brilhavam para a engenharia, então se matriculou no curso de engenharia elétrica do MIT. Ela foi a primeira mulher a obter graduação em engenharia elétrica. Mesmo após ter obtido esta graduação, não conseguiu emprego como engenheira e passou a trabalhar na GE como calculadora. Neste meio tempo, inventou a calculadora Clarke, que conseguia calcular corrente, voltagem e impedância em linhas de transmissão elétricas, esta calculadora era dez vezes mais rápida do que os métodos disponíveis na época.
Frustrada, saiu do seu trabalho para dar aulas em uma faculdade para mulheres na Turquia. Um ano depois, a GE finalmente a contratou como engenheira, tornando-se a primeira mulher engenheira dos Estados Unidos.
Edith publicou muitos artigos científicos que auxiliaram na evolução da transmissão de energia elétrica. Depois que se aposentou, trabalhou como professora de engenharia elétrica na faculdade do Texas.
Aprille Ericsson

Mulher negra e nascida no Brooklyn, Ericsson nutriu um sonho após ver o lançamento da missão Apollo quando era criança. Anos depois ela participava de um programa de design de foguetes no MIT (Massachusetts Institute of Technology) para se formar em Engenharia Aeronáutica e Aeroespacial na mesma instituição em 1986.
Primeira mulher afro-americana a receber o PhD em Engenharia na NASA Goddard Space Flight Center (GSFC). Ericsson trabalha na NASA desde o início da década de 1990. Ela já participou de diferentes programas, como o projeto Atlas Instrument, um satélite com laser capaz de monitorar o impacto do aquecimento polar ao acompanhar as calotas polares da Terra.
Enedina Alves Marques

Brasileira, nascida em Curitiba (PR) em 1913, Enedina Alves Marques foi uma mulher negra e pobre que teve que superar diversas adversidades para alcançar o sonho de se formar em uma universidade. Depois de trabalhar como babá e professora, ela usou toda sua inteligência e determinação para ingressar no curso de Engenharia Civil na Universidade Federal do Paraná.
Enedina enfrentou preconceito dos colegas e professores da graduação, mas concluiu seus estudos em 1945, tornando-se a primeira mulher engenheira do Paraná e a primeira engenheira negra do Brasil.
Ela assumiu diversos cargos de chefia na Secretaria de Viação e Obras Públicas e liderou com competência dezenas de pessoas. A engenheira trabalhou no desenvolvimento do Plano Hidrelétrico do Paraná e um de seus projetos mais conhecidos foi a Usina Capivari-Cachoeira, a maior central hidrelétrica subterrânea do sul do país.
Autora: Luana Oliveira.


.png)



Comentários